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I Seminário da Consciência Negra no Marabá Industrial

  • Publicado: Sexta, 22 de Novembro de 2019, 10h59
  • Última atualização em Sexta, 22 de Novembro de 2019, 17h07

Marabá Industrial realizou I Seminário da Consciência Negra

   Nessa quarta-feira,20, ocorreu no Campus Marabá Industrial o “I Seminário da Consciência Negra: empoderamento, perspectivas e insurgências”. O evento foi organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI), é fruto de um processo de debates, lutas e conquistas do movimento negro, tendo como principal objetivo debater e valorizar a negritude para que se construa uma identidade nacional inclusiva, horizontal e coerente.

   A mesa de abertura contou com a participação da aluna Ivaneide Santos, dos professores Everaldo Fernandes, João Batista, Hudson Silva, Natália Paixão e da docente da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Fidelainy Silva. Com destaque para a imponente fala da estudante Ivaneide, que falou sobre a luta dos negros e de como precisam resistir e lutar pelos seus direitos. A programação também contou com minicursos, palestras, oficinas e rodas de conversa, além de diversas apresentações culturais.

   Segundo Maria da Conceição, professora de História do Marabá Industrial, o país traz marcas históricas que não foram superadas, pois 75% da história do Brasil foi constituída por meio do trabalho escravo, sendo o último território das Américas a abolir a escravidão. Relata que milhões de pessoas que foram trazidas da África construíram as bases materiais e culturais do Brasil e, mesmo com a abolição, não houve nenhum plano de inclusão social ou reparação histórica aos afrodescendentes, dessa forma, esse cenário fomenta o que chamamos de racismo estrutural.

   Conceição confirma que o Brasil tem uma dívida histórica com seu povo negro e, ainda, na primeira década do século XXI, constituiu-se debates e leis que tiveram como objetivo amenizar essa trajetória. Apesar da criação da Lei 12.711/2012, que versa sobre o sistema de cotas, e da Lei, 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as instituições de ensino, apresentarem resultados positivos, esses dispositivos jurídicos mostram-se ainda insuficientes.

   “Essa semana foi divulgado na imprensa que hoje os negros ocupam mais de 50% das vagas em universidades públicas, até a década de 90 os jovens negros ocupavam apenas 3% dessas vagas, em um tempo curto a gente vê esse avanço, mas não foi dado e sim fruto da luta do movimento negro. Espaços de discussão e aprendizagem como este que estamos tendo aqui no IFPA é fundamental, pois é um momento de conscientização e de mostrar a importância desse debate em um lugar onde a maioria dos nossos estudantes são pretos ou pardos”, destacou Conceição.

   A estudante Lana Cavalcante disse que este espaço de discussão é muito importante na instituição, pois ajudam a conscientizar, esclarecer as pessoas sobre a luta do negro e, principalmente, a fomentar a importância de respeitar o outro independente de sua cor. “O racismo não acabou no Brasil e estamos ainda um pouco longe disso, a gente vê no dia a dia vários episódios de preconceito e racismo, eu já fui vítima de racismo, eu sei como dói, daí a grande importância de hoje abrirmos esse espaço de discussão, de nós alunos entendermos que devemos respeitar todos”, enfatizou Lana.

   Assim como Lana o Professor Everaldo Fernandes, que atualmente é diretor de pesquisa do campus, enfatizou a importância de se discutir essas temáticas de inclusão no espaço educacional. “Eu quero agradecer o empenho dos organizadores do evento e enfatizar o quanto isso é importante para todos nós. Eu sou filho de negros e de pescador, sou natural da Região do Baixo Tocantins e tenho muito orgulho das minhas origens. Muitas transformações e coisas boas aconteceram, mas ainda temos muito o que conquistar”, declarou Everaldo.

Ascom Campus Marabá Industrial


   

   

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